
MUSEU DO LINHO DE VÁRZEA DE CALDE

O Museu Etnográfico de Várzea de Calde implanta-se no espaço de uma clássica casa de lavrador permitindo recuperar as vivências do quotidiano e sazonais da vida agrícola e interpretar os referentes simbólicos constitutivos e integradores da casa de família, revelando alguns espaços temáticos: os transportes, o curral do porco, os “trabalhos e os dias”, a cozinha, o ciclo do linho e o lagar, adega e a tulha. O Museu dedica ainda um espaço privilegiado ao ciclo de linho, revelando os tradicionais utensílios aplicados no seu fabrico.
Os transportes
O “carro de bois” constitui-se como o mais expressivo símbolo das cargas que no dia a dia se deslocavam na aldeia. Geralmente puxado por junta de vacas segundo um sistema cornal (Jugo) ou jugular e cornal (canga).
Houve tempo em que os lavradores, feitos carreteiros, carregavam carros de urze ou rachões de pinho que levavam à cidade (Viseu) para vender às padarias e à gente que ainda usava essa lenha no fogão.
O Curral do Porco
O porco tornou-se um dos animais de mais forte presença nos ambientes domésticos identificados por uma economia de matriz rural. Pouco exigente em termos de habitáculo, destina-se-lhe o curral nos baixos da casa ou em palheira anexa.
A matança do porco era tradicionalmente um ato festivo que reunia um alargado número de familiares que participava nas específicas funções de tal ato e na refeição cerimonial onde eram servidos pratos rituais.
Os trabalhos e os dias
A organização do trabalho no quadro de uma economia agro-pastoril que se baseava na cultura do milho, de produtos hortícolas (batata, feijão), numa escassa produção de vinho, na exploração de produtos florestais (madeira e lenha), em modesta criação de gado (vacas e ovelhas), estruturava-se de acordo com o ciclo vegetativo que percorre os longos tempos de Verão e Inverno.
Domesticidade: a Cozinha
A cozinha é o mais importante compartimento da casa rural. É ali que se preparam e tomam as refeições, é ali o centro da vida de relação da família.
O ciclo do linho
O ciclo do linho era complementar da atividade agrícola. O tradicional cultivo de uma variedade de linho de Primavera ocupava um simbólico tempo de cem dias entre a sementeira e o arranque.
Antes do ciclo do linho
Era no lagar, depois na adega e na tulha que aqui ganha o sentido de ampla reserva de frutos que o lavrador encontrava a razão última do trabalho desenvolvido ao longo do ano agrícola.
“É tempo de … semear o linho”
na Casa de Lavoura e Oficina do Linho
Com a chegada da Primavera é tempo de deitar as sementes à terra. Também em Várzea de Calde as sementeiras do linho são efetuadas neste período, entre os meses de março e maio, nos terrenos mais férteis da aldeia.
A sementeira é assim, como dizem as gentes da terra, “o começo da canseira mais linda e trabalhosa do ano”.
Um espaço muito interessante de visitar antes de iniciarem o Percurso Pedestre que se inicia junto a este museu.




PR1 Viseu – Rota da Ribeira da Várzea Este percurso pela Rota da Ribeira de Várzea é uma viagem pelos costumes das gentes beirãs que nos leva a conhecer melhor um modo de vida marcado pela ruralidade e agricultura. Percurso circular com um grau de dificuldade que consideramos fácil, não sendo necessário qualquer tipo de equipamento especial para o realizar.
Este percurso encontra-se bem sinalizado. O trilho passa junto da Barragem de Calde, que recomendamos uma visita mais demorada.

Qualquer dúvida entre em contacto:
geral@passamontanhas.pt